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08/01/2021 Desenvolvimento Humano

Em que TEMPO mora a FELICIDADE?

Mais um ano que se vai, menos um ano que se vive. E em que direção você está olhando? Para o ano que passou ou para o ano que está por vir? Em que tempo você costuma passar a maior parte do seu tempo, no passado, no presente ou no futuro?

Especialmente em relação ao ano de 2020, considerado traumático por muitos, algumas pessoas falam em “deletar” ou cancelar o ano vivido e se recusam a refletir sobre os acontecimentos inesperados trazidos pela pandemia, e os impactos em suas vidas. Mostram-se aflitas pelo ano novo, como se os ventos de 2021 magicamente fossem remover os infortúnios do ano velho.

Outros, estão tão presos aos episódios negativos que aconteceram, que não conseguem olhar para frente e prosseguir. Mostram-se pessimistas em relação ao futuro e de alguma maneira, escolhem ficar aprisionados nos danos ocorridos. Não se veem como parte ativa da construção do novo e inconscientemente optam pela acomodação e pela espera sem esperança.

Existem aqueles que simplesmente ligam o “foda-se” e seguem sua trilha, ignorando a paisagem. Egocentrados, levam a vida alheios ao que parece não lhes atingir. Parecem estar no tempo presente, vivendo um dia de cada vez, mas de maneira descolada, desconectada da realidade, pois não acolhem as inevitáveis emoções provenientes de um cenário de crise, incerteza e instabilidade.

Olhar excessivamente para o passado, mesmo que recente, revela o predomínio de emoções desagradáveis que podem paralisar o indivíduo, como tristeza, culpa, melancolia, ressentimento, mágoa ou rancor.

Já a mente predominantemente no futuro indica ansiedade, preocupação, medo, emoções que ocasionam estresse e tiram as condições adequadas do agir consciente. Esses costumam acreditar que o fato de viverem com a mente no amanhã, vão conseguir se prevenirem e se prepararem para possíveis imprevistos e mudanças, como se fossem ganhar tempo ou chegarem primeiro em algum lugar. Mal sabem eles, que a maior perda de tempo é não viverem o momento presente e que a única forma de alcançarem o que desejam, é estar e agir no aqui e agora.

Não é por acaso que a felicidade é um horizonte perdido quando se acredita que ela será encontrada sempre mais adiante. Depois da formatura ou após o casamento ou quando conquistar aquele emprego ou a conta bancária dos sonhos…

Santo Agostinho já havia dado pistas de que felicidade é coisa do presente, quando declarou que felicidade é seguir desejando aquilo que já se possui.

E para os que perguntam como ser feliz em tempos tão turbulentos, em meio a tantas tragédias e sofrimento humano, Aristóteles nos ensina que “podemos ser felizes pelo Daemon (virtude) e pelo Areté (excelência) e que a felicidade é o encontro do pensamento e da ação.

Só há um único tempo possível para a convergência entre pensamento e ação – o presente. Realizar e entregar o melhor a cada momento vigente é atuar na construção da felicidade. Agir guiado pela virtude e pela compreensão de que em tudo há um sentido maior, faz a vida valer à pena, mesmo em contextos tão desafiadores.

No final das contas, saúde, equilíbrio e felicidade é para quem acolhe a realidade tal qual ela é, com luz e sombra, e vive o momento presente com esperança, atuando como parte ativa e corresponsável pela construção de dias melhores para si e para o próximo.

Depende de nós. Feliz construção de ano novo!

“Felicidade não é para os inertes e sim para os ativos.” (Aristóteles)

Renata Castello Branco
Psicóloga Clínica, Fundadora da Excelência Consultoria RH e Facilitadora da Felicidade.
renatacastellob@excelenciaconsultoriarh.com

Colaboradores

Renata Castello Branco

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