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07/01/2021 Universo Holístico

Os movimentos Alquímicos e a percepção de ser com sentido

Aho meus irmãos!

Estamos chegando ao fim de 2020, conscientes das exigências desse ano regido pela força do Sol, onde vivenciamos a experiência de uma grande conjunção astrológica que nos impôs o desafio de revisitar nossa condição de humanidade e nossas formas de relação nesse planeta.

Ao se pensar em fundamentos para uma nova forma de viver, que tenha como elementos originantes o autocuidado e a autoeducação a partir da ativação de um estado de consciência centrado no aqui agora, potencializando a integralização dos quadrantes pensamento/razão/sentimento/intuição, o processo de transformação alquímico se apresenta como um importante caminho na auto-localização existencial do nosso Eu-Divino.

Certa de que esta temática terá que ser tratada em diversos outros textos, e que o que aqui se exprime não é uma verdade absoluta e sim apenas um campo de visão ainda em construção, comecemos fazendo uma breve apresentação da Alquimia e dos seus princípios fundamentais.

Tentarei ser didática, embora saiba que a minha escrita é nada linear!
O que virá mais adiante, fica para ser decidido em momento oportuno.

Hermes Trimegistus

Era também identificado como o Deus Thoth dos egípcios. Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte Ciline, na Arcádia. Esse personagem fabuloso, que os egípcios e os gregos consideravam como o pai de todas as ciências, era o legislador, o mago e o benfeitor do Egito, e viveu no século XX A.C. Os gregos, discípulos dos egípcios, o chamavam Hermes Trimegistus ou Trindade Suprema, que foi um lendário e fabuloso legislador egípcio, sacerdote e filósofo, que viveu durante o reinado de Ninus, por volta de 2.270 anos A.C. Hermes Trimegisto era o nome que os gregos davam ao deus egípcio (Hermes-Tote). No culto egípcio de Osíris, Tote era o grande conselheiro que presidia às ciências e se lhe atribuíam todo um conjunto de obras que continham praticamente todo o saber do antigo Egito.

Do seu nome – Hermes – veio a designação de todos os cultores das Ciências Ocultas; a ele são atribuídas inúmeras obras relativas à religião e às ciências conhecidas sob o nome de Livros Herméticos. Esse adjetivo “hermético” que utilizamos frequentemente no nosso dia a dia, traz a ideia de fechado, no seu significado inicial simbolizava aquelas visões e aqueles conhecimentos que não eram permitidos ao homem comum discernir ou indagar. Portanto, algo hermético, além de fechado inteiramente, significa “ensinado por Hermes” ou relacionado aos Livros Herméticos.

Hermes, portanto, é relacionado com as ciências ocultas, sendo considerado o patrono dos alquimistas. Condensou a síntese e a substância da Sabedoria do antigo Egito, tendo resumido essa Sabedoria em proposições que foram gravadas sobre uma Tábua de Esmeralda: a Tábula Smaragdina, como foi denominada em latim. Esta Tabula, que chegou até nós em uma tradução árabe do século X, cujo autor é desconhecido, foi gravada sobre uma esmeralda pelo próprio Hermes, e a lenda diz que essa pedra foi encontrada em seu túmulo.

Na verdade, é no século XII que surge na Europa Ocidental, através das Cruzadas e dos contatos com o mundo islâmico, uma série de textos herméticos traduzidos do árabe para o latim. O mais conhecido de todos esses textos é a justamente essa Tábua Esmeraldina.
Esta “Bíblia dos alquimistas”, consta de umas trinta linhas onde se encontra a famosa Lei das correspondências, lei fundamental de todo o Ocultismo: O que está embaixo é igual ao que está em cima. E o que está em cima é igual ao que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.

Esta afirmação implica na aceitação de que todo o Universo, tanto em cima como embaixo, tanto “no céu como na terra”, tanto no macrocosmo no microcosmo, em todos os níveis de manifestação, é regido pelas mesmas leis.

E tal como todas as coisas vieram e vêm de uma única origem, assim, também, todas estas coisas nasceram dessa coisa única, por adaptação.

Estes textos mais ou menos obscuros, onde o leitor mais racional por vezes só vê quando tem algum sentido, carregado de tautologias, isto é, repetindo várias vezes a mesma coisa com outras palavras, retomam, de fato, a doutrina ocultista da unidade cósmica, da analogia e das correspondências entre as diversas partes do universo. Foram eles que inspiraram os pacientes trabalhos e meditações dos alquimistas tanto na transmutação dos metais como para a busca da divindade.

A ciência do hermetismo foi cultivada durante a Idade Média sob várias denominações: ocultismo, esoterismo, magia, alquimia, astrologia, cabala e influenciou quase todas as correntes de pensamento filosófico da época. Mas, sob o nome de hermetismo designou-se particularmente a parte teórica e filosófica da alquimia medieval, segundo a qual existem íntimas e misteriosas relações entre todas as porções do Universo visível e invisível.

Primeiro ponto de comunhão a ser tratado é a relevância alquímica no sentido de buscar a integralização entre os diferentes níveis de realidade (visíveis e invisíveis) no caminhar emaranhado de autopercepção do sujeito. A consciência da unidade cósmica, traduzida em textos sagrados como Os sutras de Patanjali, o Viveka Shudamani – A joia Suprema do Discernimento ou mesmo em Pistis Sophia, tratada tão claramente pela bases epistemológicas da transdisciplinaridade (teoria da complexidade, diferentes níveis de realidade e lógica do terceiro incluído), são fundamentais para o desenvolvimento de um modo de vida que ao menos se aproxime do que o Krhisnamurti chame de Educação Correta: uma educação na vida, pela vida e para a vida.

Essa é a grande sabedoria da pedra filosofal, que perpassa o acesso às grandes salas da evolução espiritual e humana que se apresenta diante do desafio de viver no coletivo da humanidade. Mas esses são apenas alguns pontos iniciais para inaugurar uma conversa que ficará para um segundo momento, no próximo ano…

Feliz vida, feliz 2021!
Amanda Reis
amanda.reis@estimuladamente.com.br

Colaboradores

Amanda Reis

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