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14/08/2020 Universo Holístico

O destino existe?

Olá queridos leitores. Depois de três edições reconhecendo as nuances que estão envolvidas na construção desse tempo de incertezas apresentado pelo novo paradigma de um pensar Transdisciplinar, cujas bases envolvem o entrelaçamento de diversas áreas, vamos nessa edição trazer a ideia de destino como ponto importante a ser pensado.

E o destino existe?

A pergunta que não quer calar. Tenho vivido a experiência de um destino implacável, que chega assim de maneira abrupta e é incisivo nas imposições que exigem certas aprendizagens. Um destino que aproxima e torna concreto o que seria algo no campo do inimaginável. E as certezas de vida e de domínio das ações caem por terra sem pestanejar.

O que melhor cabe para a momento é o conceito de SINCRONICIDADE de Jung. Para ele, o universo está interligado por uma vibração capaz de mover todas as coisas numa mesma ordem original. Resultado de seus diálogos com Einsten durante a concepção da teoria da relatividade, Jung encaminhou suas percepção ao plano da psiquê, tecendo um emaranhado de compreensões acerca das coincidências significativas como resultados do desdobramento do plano físico no plano psíquico.

Se formos para escrituras sagradas que antecederam o pensamento Junguiano, tais como: os Sutras de Patanjali , a Filosofia Hermética, os princípios alquímicos e Pistis Sophia, fica claro que já se fala de maneira emblemática dos diferentes estados de consciência e de como vamos avançando e desenvolvendo a nossa capacidade intuitiva a partir desta evolução. O desvelamento dos mistérios proporcionados pelo encontro com o sagrado a partir da ativação dos níveis de percepção (ou se pudermos chamar de níveis de realidade), faz com que saltemos no campo compreensão da vida mesma enquanto uma sequencia de coincidências e passemos a identificar a maestria da sinfonia universal.

É como se todas as coisas que estivessem acontecendo no plano físico, fossem familiar ao plano psíquico. Espelhamento que aparece comprovado em muitas teorias quânticas. E como temos limitações de ativação de nossos estados de consciência no desdobramento do concreto, os aspectos da psiquê se manifestam em sonhos, visões e sensações as quais muitas vezes não damos importância e passam despercebidas.

São os chamados insights tão bem delineados no livro “A profecia celestina”. Cada insight representa o desnudar de um estado de consciência, que ao se revelar proporciona uma nova maneira de ser-estar-no-mundo-com (usando o termo cunhado por Dante Galeffi no livro o Ser sendo da Filosofia). Aí me recordo das palavras de Américo Sommerman no /nosso último jantar: “quando uma janela destas se abre, não há mais como voltar atrás” e eu posso complementá-lo dizendo que se a escolha for voltar, estamos fadados a loucura.
(Então o que está acontecendo comigo tem explicação… não da loucura, mas da sincronicidade! eu ainda não resolvi voltar!)

E nesse movimento polilógico, onde os fatos/visões tem uma congruência, não cabe perguntar o porquê. Cabe entregar-se plenamente ao sagrado e conectar-se num canal direto com o divino. Seria portanto, essa conexão oculta (usando um termo do Capra) que Jung chama de estado Selfico ou numinoso. Embora existam variações em todos os documentos supracitados aparecem referências a tal momento: compreensão do ishwaha, estado búdico, estado crístico, rubedo…E então a mística se processa e não são mais necessárias respostas, a energia flui sem empecilhos.

Agora que está claro que essa coisa que denominamos destino é o fruto de nosso crescimento em nível de consciência, o que nos proporciona a percepção diferenciada do mundo. Agora, a consequência é só entrega. O que dá medo, muito medo. Mas ainda assim, a voz de dentro de mim diz: se atire ao desconhecido, por que a vida é emergência. Então, me sinto uma astronauta gravitando no universo desconhecido de mim mesma…

Amanda Reis
amanda.reis@estimuladamente.com.br

Colaboradores

Amanda Reis

amanda.reis@estimuladamente.com.br