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07/11/2018 Capa

Ho’oponopono: quando a autorresponsabilidade promove a cura

Aloha!

Nessa edição consolidamos uma parceria vindoura com O Instituto Mente Próspera EU SOU, de São Paulo, em especial com o grupo Ho’oponopono EU Sou, cujas bases se pautam nos estudos dessa prática de limpeza de memórias e tem ajudado muitas pessoas no reencontro consigo e na mudança de vida. Hoje liderado pela Maria Áurea Fiandrino, é um dos grupos mais divulgados no mundo, tendo mais de 64.000 seguidores em suas redes sociais, além dos inúmeros grupos de whatsapp que se concentram em praticar o ho’oponopono, além de aprofundar estudos e apoiar pessoas irrestritamente.

A Maria Áurea é uma cidadã do mundo. Sua história é traçada lindamente pela guiança na clareza de sua missão, que é espalhar o amor, a gratidão e a paz entre as pessoas. Ela conheceu o ho’oponopono em 1998, quando passou por uma crise, vivendo em outro país e foi obrigada a honrar compromissos financeiros quando não tinha nenhuma perspectiva. Ela confessa que no início não conseguia entender como repetir aquelas palavras poderiam ajudá-la a alcançar a plenitude. Chega a brincar dizendo que enquanto praticava ho’oponopono só pensava em meios para pagar a escola dos filhos, para alimentá-los e em dá-lhes a segurança que eles precisavam.

Com muita persistência, viveu processos de limpeza de memórias, mudança de padrões mentais e hoje se define como um ser de paz, luz e amor, consciente de sua missão, plena e inteira, seguindo os passos que se apresentam como caminho para difundir essa egrégora pelo planeta. E pelo planeta não é uma metáfora tá gente?! Ela fala alguns idiomas e atualmente varre o mundo com amor, levando a alma na condução de sua missão, totalmente conectada com o divino mesmo.

Aproveitamos a estada da Maria Áurea em Amsterdam e quando soubemos que ela estaria em um workshop com a Mabel Katz, logo articulamos uma entrevista exclusiva para você, contando tudinho sobre ho’oponopono. Mabel Katz é uma autora internacionalmente aclamada, palestrante, embaixadora da paz mundial e principal autoridade em Ho’oponopono, a antiga arte havaiana de resolução de problemas, que evoluiu em sua própria filosofia de Zero Frequency®, um estado onde estamos livre de memórias restritivas e limitando a autofala. Combinando sua mistura única de espiritualidade com soluções do mundo real, Mabel criou uma série de palestras e seminários inspiradores para empresas, organizações e indivíduos que buscam realizar todo o seu potencial no trabalho e na vida. Mabel também foi homenageada como embaixadora da paz em sua iniciativa de paz mundial, Peace Within Is World Peace, que foi lançado nas Nações Unidas. Reconhecendo seus esforços humanitários e seu excelente trabalho em apoio às crianças e à paz mundial, Mabel recebeu o prêmio da Bandeira da Paz, Milenious de Paz, e uma Cavalaria da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários. Em 1 de janeiro de 2015, ela também recebeu o prestigioso prêmio Public Peace Prize.

Além de ter produzido um programa semanal de rádio e TV, escrevendo quatro livros, traduzido em 20 idiomas e compartilhando seus seminários de demanda com públicos globais, Mabel expandiu seu trabalho de paz para ensinar crianças, incluindo crianças com necessidades especiais e seus pais, bem como homens e mulheres atualmente na prisão. Mabel viajou pelo mundo, dedicando sua vida a uma missão simples: ajudar os outros a encontrar o Caminho mais fácil para a Felicidade, o Amor e a Paz.

Vamos então nos deliciar com o papo entre essas duas estrelas, com a força que a palavra inspira!

 

A Revista EstimuladaMente funciona como um painel de desenvolvimento humano e tem muitos leitores que ainda não conhecem o Ho’oponopono, pode nos explicar o que é, como surgiu e o sentido principal do Ho´oponopono?

Olha, o Ho’oponopono é uma arte ancestral, hawaiana, de resolução de problemas, que justamente nos diz que não existe nada fora de nós mesmos; que devemos ter 100% de responsabilidade sobre nossas atitudes, por que tudo compreende nossos programas e memórias, que estão acumuladas no nosso subconsciente. E se realmente queremos que algo mude ao nosso entorno, temos que trabalhar nesses programas e nessas memórias. Quando nós mudamos, tudo muda.

O Ho’oponopono, em realidade, no começo, era o momento em que toda família se reunia e formavam um círculo, em que tinha alguém que fazia o papel de moderador ou moderadora e cada um pedia perdão, entre si, entre os membros da família, até que se sentissem todos livres. Mas, com o tempo já não era tão fácil que toda a família estivesse reunida, no mesmo lugar, no mesmo instante/momento; já que não viviam todos juntos como antes. Então, Morrnah Nalamaku Simeona ensina uma versão atualizada do Ho’oponopono em que cada um pode fazer em sua própria casa, de uma forma individual. Uma coisa muito importante é saber que uma vez que se apaga algo em si, se apaga de todos; inclusive da nossa família, parentes e ancestrais. E quando fazemos este trabalho, realmente o fazemos para nós mesmos, e isso não é ser egoísta, mas é a melhor forma de ajudar, por que esta é a forma que se apaga “o problema” de mim e de todos os demais, afinal todos temos a memória em comum, especialmente com aqueles que vivemos juntos, e com os que trabalhamos.

Onde está o poder desta técnica?

O poder desta técnica está no fato de assumirmos 100% da responsabilidade das nossas atitudes. O Ho’oponopono nos devolve o poder sobre nossas vidas. Nós estamos tão mal acostumados a culpar, estamos tão mal acostumados a encontrar o culpado, a queixarmos, e não sabemos que isso é dar nosso poder, é presentear nosso poder ao outro. No entanto, quando eu tomo a responsabilidade sobre meus atos, eu acredito em mim, que eu posso mudar. Isso foi o que me fez mudar tanto a minha vida. Saber que dependia de mim. E um dos grandes problemas que temos no mundo é esse. Quando pensamos: “Estou esperando porque quem tem que mudar é o outro”; ”Estou esperando porque a culpa é do outro”; “Não faço nada porque, na realidade, sou assim”; “Sou vítima, porque alguém me fez algo”. Então, quando você se dá conta que na vida todas as decisões que tomou em algum momento são consequências de suas ações, de pensamentos, você conclui: “Se eu creio, eu posso mudar”.

Nós gostaríamos de entender melhor a força que existe nas expressões: Sinto muito, Me perdoa, Te amo e Sou grato.

Primeiro vamos esclarecer que o Ho’oponopono é: Sinto muito, perdoa-me por aquilo que está em mim, e que criou isto. Isso é realmente o Ho´oponopono. O “Sou grato” e o “Eu te amo” vieram para substituir tudo isso. Uma vez, Ihaleakala Hew Len me disse: “Deus me falou – Quando dizem ‘Obrigado’ eu já sei o que querem dizer”. O tempo vai passando um pouco mais rápido e então necessitamos de algo como o Ho’oponopono, que foi evoluindo, adaptando-se ainda mais nos tempos modernos, onde precisamos realmente de técnicas muito mais curtas.

Então, “Sou grato” e “Eu te amo” são como senhas, como se disséssemos a Deus: “Estou lhe dando permissão”. É como uma forma de dar permissão a Deus. Não é por acaso que o perdão está incluído no Ho’oponopono, porque o perdoar nos faz livres, o perdoar nos faz voltar mais ao presente. Se você não perdoa, você pode levar aquela pessoa contigo e isso pode ser uma carga muito pesada, além de seguir vivendo no passado. Então o perdão é importantíssimo e está incluído já no “Obrigado”. E o “Sinto muito” vem da responsabilidade, sou 100% responsável. “Sei da total responsabilidade, mas não sei qual é a memória que isso está tocando, não sei porque vem isto, mas sinto”. E definitivamente, mostrar a outra face da moeda: o amor. Porque quando se resiste, se persiste. E enquanto o culpado for o outro, continua a resistência. Enfim, quero esclarecer que o obrigado e o eu te amo, aparecem como ferramenta para poder substituir “Sinto muito, perdoe-me por aquilo que está em mim e que tenha criado isto”. Então isso é simplesmente: “Obrigado, obrigado, obrigado! Eu te amo, eu te amo”. Ainda que não o sinta, tampouco tenho que pensar no problema, ao contrário: não quero pensar, isso me leva ao passado.

Sabemos que o Ho’oponopono limpa memórias, como isso ocorre na prática?

É um pouco parecido como se me pedisse para abrir um computador e lhe mostrar o que acontece quando aperta a tecla “APAGAR”. Eu não entendo como o computador apaga. O que importa é saber que quando dizemos “Obrigado. Eu te amo” é uma forma de apertar a tecla “Apagar”. Nós na vida temos duas opções: ou falamos ao monitor para que reaja ao erro, convencendo-o a corrigir ou apagar o erro, ou assumimos que isso está em nós, corrigindo ou apagando. A única forma de poder atrair mais inspiração a nossa vida é criando um espaço vazio. Agora estamos cheios de pensamentos, de histórias. Então, esta inspiração não pode vir! O Ho’oponopono nos traz ao presente, neste momento que estou presente a inspiração pode vir. O Ho’oponopono é uma forma de dar permissão a uma mente que é mais inteligente que a nossa, de resolver o problema, ao invés de pensar que nós não vamos resolver. O intelecto é o que tem o livre arbítrio. É o intelecto que vai decidir: solto ou não solto? Quando você decide soltar, essa reflexão comanda uma busca no subconsciente, que é a nossa criança interior, e ele é que faz a conexão com o superconsciente, que é a nossa parte perfeita, que está sempre conectada ao criador, à divindade, à fonte; como queira entender. Todos temos essa conexão, mas sempre estamos elegendo a que parte vamos dar o controle.

Em quais situações podemos usar o Ho´oponopono?

Em todas. Primeiramente por que o Ho’oponopono tem que usar todo o tempo. Digo isso porque, às vezes, ouço das pessoas: “Ah, já sei… Sim, eu falo as frases”. E repito que é preciso usar essa “oração” todo o tempo. Esse é o segredo! E como faço para fazer isso automaticamente? Nossa criança interior, o subconsciente pode fazer durante as 24 horas do dia por nós, como faz com a nossa respiração. Mas para isso eu tenho que ensinar. Eu tenho que ser o modelo como nós somos para nossos próprios filhos. Nossos filhos não nos escutam, nos observam. Então se eu começo a praticar, se me comprometo, funciona. É como quando cavalgo num só cavalo. Minha criança interior, o subconsciente não vai se confundir, então vai ser por mim, porque vai estar claro qual é a minha escolha. É como quando diz: “Em minha casa quando temos um problema, fazemos tal coisa”, então, a criança vai dizer “Ah, é um problema. Ok. Soltamos, limpamos e entregamos a Deus. Não vou me preocupar. Então entendemos, a partir daí, que aprendemos algumas coisas de forma equivocada. Quando, por exemplo, aprendemos que preocupar-se é ser responsável. Aprendemos que se não usamos a cabeça, somos irresponsáveis. E na perspectiva do Ho’oponopono, é tudo ao contrário. Não temos que usar a cabeça, nem nos preocuparmos. Temos justamente que relaxar quando se tem um problema e aí as soluções começam a vir de lugares que nunca havíamos imaginado, mas demos-lhes permissão. Por isso um simples “Obrigado”, um simples “Eu te amo” é dar permissão, é voltar ao presente. Te ajuda a relaxar, a não pensar tanto ou preocupar-se. Nos demos conta que se estamos pensando, estamos no passado, se estamos preocupados, estamos no futuro.

Conte-nos um pouco sobre sua trajetória no Ho´oponopono. Como aconteceu?

Conto que cheguei ao Ho’oponopono, não na primeira vez que ouvi sobre ele, mas uma que me convidaram a um seminário sobre Ho’oponopono, e me convidaram a vários. Daí eu parei e pensei. “Para qual país vou? E olhei as várias opções e decidi: vou neste em Omaha, Nebraska”. Assim paguei meu hotel, meu avião e o seminário. E ali foi onde conheci o dr. Ihaleakala Hew Len. Não tinha me dado conta que era isso que eu estava buscando no primeiro seminário. E em outros, também não. Pensei muitas vezes, e um dia sentada ali eu disse: “Isso era o que eu estava procurando”, porque eu sempre escutei uma vozinha que me dizia que existia um caminho mais fácil e mais curto. Eu nunca comprei o drama, buscando encontrar quem é o culpado, ou o que me fizeram ou não me fizeram, o que me disseram ou o que não me disseram. E o Ho’oponopono é isso. Eu não tenho que saber o porquê deste problema, apenas tenho que saber que sou responsável, que está em mim e que eu posso soltar. Então o que acontece na minha trajetória é que fui a este seminário, e, não sei como, convidei o dr. Ihaleakala Hew Len a ensinar o Ho’oponopono em Los Angeles. Então ele veio a Los Angeles, e eu organizei o seminário dele e, como falo sempre, o restante é uma larga história. Viajei, e o levei duas vezes à Argentina para ensinar a técnica, e quando vi como os argentinos receberam isso tão bem (porque, nós, argentinos, somos muito intelectuais!), eu pensei que se os argentinos gostaram, ficaram compenetrados e reagiram, eu conclui: “Uau! Tenho muitíssimo trabalho na comunidade hispânica, latino americana”. Então, em 2004 peço permissão para criar meus próprios seminários de Ho’oponopono. Eu venho do mundo dos negócios. Tenho dois títulos na Argentina: Contadora Pública e Licenciada em Administração de Empresas, sempre trabalhei num mundo de homens, num mundo de resolver os problemas. E nunca tinha feito isso. Jamais perguntei ao dr. Ihaleakala Hew Len como ele ensinava isto. Eu estava apenas fazendo isso pela minha vida pessoal e como ele me fazia participar muito além de organizar os eventos, um dia em que voltávamos de um seminário, ele me disse para tirar uma foto, e de repente estávamos nós dois juntos em uma foto oficial. E eu levava isso como hobbie, paralelamente ao meu trabalho. Aí, eu disse: “Não faço mais isso”. E essa foi a primeira vez que me veio em pensamento que o melhor seria se eu pudesse seguir sozinha. Aí, foi a primeira vez que eu lhe pedi para meditar e ver se eu poderia ensinar sozinha. E quando tive o “ok”, confiei, como eu digo: soltei e confiei.

Qual é a mensagem que você deixa para nossos leitores?

Primeiro perdoar, deixem de carregar isso, de beber do veneno.

A mensagem que quero deixar, são uns pares com Tips (dicas) como falamos, que coisas que ajudaram a mim e mudaram a minha vida:

Não dependemos de nada nem de ninguém para mudar a nossa vida. Tudo que necessitamos está dentro da gente, não sigam procurando fora.

Lembrem-se tomem a responsabilidade, este é o caminho da liberdade, este é o caminho para sentir-se livre, para não depender, para soltar os apegos.

Sim, que podemos querer coisas, mas temos que desapegar, porque não sabemos o que é correto para nós ou perfeito para nós.

Saber, é muito importante, que não estamos sozinhos. Que quando realmente soltamos e nos damos permissão a solução vem de lugares, às vezes, de onde nunca tínhamos planejado ou pensado.

Deixem de viver no passado. Coloque-se em primeiro lugar, isso não é ser egoísta, se você não está bem, ninguém vai estar. Se você quer ajudar, tem que ajudar a você primeiro, esta é a forma de ajudar.

Isto no Ho’oponopono, de apagar estas memórias e programas em nosso subconsciente, é ajudar, porque o que se apaga de nós mesmos se apaga em todos. Então coloquem-se em primeiro lugar, confiem em vocês, em sua inspiração, ainda quando nos pareça ridículo, isso que é inspiração, isso é o que funciona, não o que aprendemos. Não vão à universidade para ser alguém. Já és, já são alguém; já nasceram alguém importante. Então lembrem-se: só vão encontrar dentro de vocês.

“Sinto muito, Me perdoe, Te amo, Sou grato”

Colaboradores

Mabel Katz