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07/03/2019 Autoconhecimento & Espiritualidade

“Não me leve a mal, hoje é carnaval!”

Quem somos nós, quando só nos permitimos viver o que queremos, por trás de máscaras, sob fantasias, vestidos de arlequins e colombinas? Hoje é carnaval?
Em nossa edição número 02, falamos sobre os nossos eus na visão do Pathwork®; pois bem, hoje vamos explorar um pouco mais desse tema, falando sobre o Eu Máscara!
Vamos falar sobre máscaras e autoengano. Muitos de nós vivemos quase constantemente utilizando um eu falso, fingindo ser o que não é, utilizando mil máscaras pela vida, tendo medo de tirá-las e mostrar ao mundo sua verdadeira natureza. Isso acontece pelo medo de nossas fraquezas, medo de não sermos aceitos e amados como realmente somos. Então, damos aos outros a impressão de que somos seguros, de que temos confiança e autoconfiança sempre, de que tudo está bem.
Muitas vezes uma aparência tranquila mostra uma máscara superficial; por baixo dela, não há tranquilidade, não há paz. Por baixo dela está a pessoa real, em confusão e medo, com medo de que suas fraquezas sejam expostas e de não encontrar amor e aceitação.
Afinal, o que a maioria dos seres humanos mais quer? Ser amado.
À medida que crescemos, nossa Criança vai se frustrando com as coisas, passando a vir à tona toda a sua raiva, seu medo, sua humanidade, com todos os sentimentos negativos do Eu Inferior.
Todos nós, ao depararmos com esta parte de nós, não tão bela quanto gostaríamos, nos sentimos envergonhados e culpados pelos aspectos negativos que carregamos. A vergonha então aparece, nos convidando a tentar esconder o que julgamos nossa imperfeição. Por medo desse eu imperfeito, criamos um eu-máscara, um eu idealizado, o eu que pensamos que deveríamos ser em vez de admitir essa imperfeição. O Eu Mascarado se torna então a face que mostramos ao mundo.
A Máscara mostra ao mundo que somos sempre alegres, fortes, tranquilos, amorosos… (existem muitos tipos de máscaras); e carregamos essa máscara onde andamos, procurando nos mostrar como gostaríamos de ser ou como achamos que os outros gostariam que fôssemos. Fazemos isso também querendo garantir que seremos amados, admirados e aceitos pelas pessoas.
Só que, quando usamos uma máscara não parecemos muito verdadeiros. De qualquer forma, as pessoas percebem algo falso em nós… Podemos parecer perfeitos, equilibrados, e ainda assim as pessoas se afastam ou se irritam conosco, mesmo sem saber explicar o que as fez agir assim.
Na máscara, nossa conversa pode parecer inútil e superficial, sem importância. Na máscara as pessoas calam o que verdadeiramente sentem. Passa a querer agradar o outro de qualquer maneira.
Algumas pessoas usam máscaras por tanto tempo que se esquecem de sua verdadeira natureza, e ficam receosos de tirar a máscara e não encontrar nada por baixo dela. Podemos não saber o que é falso ou verdadeiro, mas é fácil perceber quando estamos usando máscaras: sentiremos-nos sem vida, como se fôssemos autômatos, sem espírito nem coração.
Tudo pode parecer normal e agradável para as pessoas, mas nós sabemos a verdade e não conseguimos enganar a nós mesmos. A máscara nos faz parecer quem não somos e nossa verdadeira identidade se perde num vazio dentro de nós.
Para sermos nosso eu real, precisamos arriscar-nos a sermos vistos pelo outro como somos, ao nos depararmos com os julgamentos e reprovações.
Muitas vezes temos medo de que o olhar do outro seja de rejeição, mas esse olhar é justamente o que irá nos levar ao encontro de nós mesmos; um olhar verdadeiro, curioso, para o verdadeiro ser que você é. Um olhar de reconhecimento do ser divino que habita em você.
Chega de conviver com os outros seguindo a canção de Zé Kéti (“Na mesma máscara negra que esconde o teu rosto eu quero matar a saudade”), chega de ser um dos “mais de mil palhaços no salão”. AFINAL… VOCÊ USA A MÁSCARA OU A MÁSCARA LHE USA? Você quer ser amado pelo que realmente é ou pela máscara?
Lembre-se: se alguém lhe amar pelo que você aparenta ser, pelo que gostaria que você fosse, não lhe ama verdadeiramente. Amor de verdade é quando a pessoa lhe conhece como você é e ainda assim quer ficar com você, ajudando a transformar o que precisa ser transformado.
Para ser de verdade, ser real e realmente amado é preciso correr o risco de tirarmos a máscara, nos permitirmos ser quem somos e sentir o que de verdade sentimos, mesmo que esses sentimentos sejam de dor e confusão. É preciso corrermos o risco de sermos julgados e até abandonados, de pessoas dizerem: eu não te conheço mais! Porém, se você fizer isso, o prêmio será o auto resgate, encontrar a mola do fundo do poço e voltar a ser: VOCÊ!

Colaboradores

Conça Cedraz

concedraz@gmail.com