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12/10/2018 Empresas Conscientes

Autoconhecimento: A chave do seu sucesso

Atuando como palestrante e consultor da área de desenvolvimento humano para mais de duzentas grandes empresas nos últimos quinze anos, sempre me deparo com a mesma questão: ​onde existem pessoas reunidas, existe igualmente um grande potencial para mal-entendidos e problemas de relacionamento.

Como um “médico” do desenvolvimento humano, sempre me deparo com o mesmo diagnóstico:

  • “As pessoas em nossa empresa criam muitos problemas”;
  • “Os líderes não sabem conviver entre si”;
  • “As lideranças não sabem se comunicar com seus liderados”;
  • “Os colaboradores estão desmotivados”;
  • Os clientes são difíceis.

Por conta disso, não paro de ouvir dos muitos clientes que atendo aquela velha e desgastada sentença que afirma que “as pessoas são complicadas”.

E, por experiência própria, é muito provável que quem ouve este comentário se sinta inclinado a concordar com este fato que parece bastante óbvio. Mas, a grande verdade é que as pessoas não são, em suas essências, complicadas. Elas apenas se mostram complicadas ou difíceis pelo simples fato de não terem tido a oportunidade de desenvolver AUTOCONHECIMENTO, elemento que tem o potencial para simplificar nossa relação com a vida, pessoas e o trabalho.

Muito do meu trabalho nasce para ensinar pessoas a lidarem melhor umas com as outras, sendo aptas a não apenas criar menos problemas, mas sabendo tirar o melhor deste rico relacionamento, algo que sempre traz resultados realmente significativos quando levado a sério.

 

O QUE É O AUTOCONHECIMENTO?

A definição do que é autoconhecimento pode variar um pouco de escola para escola, podendo ser entendida de maneira diferente segundo a abordagem escolhida.

Para a psicologia, significa o conhecimento que um indivíduo tem sobre si mesmo.

A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controle sobre suas emoções, independentemente de serem positivas ou não, algo que está na base do conceito de Inteligência emocional. Tal controle emocional provocado pelo autoconhecimento pode evitar sentimentos de baixa autoestima, inquietude, frustração, ansiedade, instabilidade emocional, entre outros, atuando como importante exercício de bem-estar e ocasionando resoluções produtivas e conscientes acerca de seus variados problemas.

Para a filosofia, o autoconhecimento vai além das emoções, permeando nosso sentido de percepção do nosso propósito existencial (chamado de relação ontológica) e da maneira como codificamos nossa relação com o meio e os seres que fazem parte de nossa própria história.

A metodologia Ikigai soma estas duas visões, incluindo nela o conceito que o autoconhecimento liberta o potencial realizador humano, permitindo que possamos entender QUEM NOS TORNAMOS, QUEM DE FATO SOMOS e QUEM QUEREMOS SER, elementos que denominamos como as “três perguntas que libertam potencial”. Mas, atenção: autoconhecimento é diferente da tão popular “autoajuda”!

A diferença está no nível de profundidade que o estudo real de si mesmo demanda, sendo a autoajuda muito mais centrada em fórmulas simplificadas e definitivas que prometem resultados fáceis e rápidos.

Você reconhece que está em frente de uma clássica literatura ou material de autoajuda quando se depara com as famosas listinhas definitivas. Ex: 10 maneiras infalíveis para ser feliz; 11 dicas poderosas para manter seu controle emocional; e tantas outras que são tão familiares nos periódicos pelo mundo.

Naturalmente, ler livros de autoajuda pode demonstrar uma propensão e desejo de se autoconhecer. Porém, sem um estudo mais profundo, fatalmente estas trazem benefícios muito mais para quem escreveu o livro do que para quem os lê, uma vez que criar listas é o caminho mais rápido para produzir best sellers.

Nas empresas não é diferente. Ao contrário, é comum gestores e RH’s pedirem “palestras motivacionais” para corrigir os problemas comportamentais que são recorrentes e profundos, esperando que soluções simplistas e rápidas possam mudar o cenário.

Porém, tentar resolver problemas associados com o baixo autoconhecimento com “palestras de motivação” é o mesmo que tentar esvaziar um grande rio com uma caneca. Sem trabalhar a causa raiz e sem mobilizar para a mudança profunda, não existe palestrante no mundo que consiga mudar o quadro, pois a mudança é uma porta que só abre por dentro.

E o pior é que têm alguns destes que ganham muito dinheiro prometendo as ditas soluções fáceis! Se eles existem é unicamente porque as vezes tomar um remédio para dor de cabeça pode parecer mais fácil do que investigar por que a cabeça dói. Então como mudar esta realidade?

Responder a esta pergunta será o objetivo desta série de matérias que serão publicadas em nossos encontros.

Vamos, em cada um deles, promover a descoberta de mais um ponto sobre o autoconhecimento e seus impactos em nossas vidas e carreiras.

Meu desejo é que o tema e a abordagem sejam divertidos e instigantes, pois é exatamente assim que a jornada para o autoconhecimento deve ser.

“Conhece a ti mesmo”, a famosa máxima inscrita no pronaos (pátio) do Templo de Apolo em Delfos, nunca foi tão atual e importante. E, lamentavelmente, até hoje recebeu muito menos atenção do que deveria de nossa parte. Mas agora chegou a sua vez!

 

Colaboradores

Eduardo Almeida

edu@cgrp.com.br