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21/05/2019 Sustentabilidade

O Meio Ambiente começa no meio da gente (Tetê Catalão*)

As pesquisas mostram que quanto mais nos aproximamos do microcosmo, encontramos elementos comuns que constituem todo o macrocosmo. O que significa isso? Quando ouvimos falar do bóson de Higgs ou partícula de Deus (nome muito interessante), os cientistas se referem a uma partícula subatômica presente em tudo que existe no universo, desde a luz até um ser vivo. Então somos LUZ? Animador, não?

Seguindo essa linha de raciocínio, aproveito para trazer a física quântica, que surgiu para tentar explicar o comportamento de partículas subatômicas, onde a Física clássica não conseguia resultados satisfatórios. Por esse caminho, Einstein nos mostrou a Teoria da Relatividade e Heisemberg o Princípio da Incerteza, que, entre outros cientistas, apontavam que o comportamento de certas partículas é tão imprevisível que muitas vezes elas desaparecem para reaparecer em outro lugar sem demonstrar qualquer trajetória lógica.

Agora vamos recordar os experimentos com a água e o arroz realizados pelo cientista Emoto, onde emanações de sentimentos através de palavras ou músicas alteravam a imagem dos cristais de água e o estado do alimento. Através desse experimento chega-se à conclusão de que o que pensamos, sentimos e falamos tem energia capaz de alterar o estado das “coisas”. A Mensagem da Água é o nome do conjunto dessas experiências do japonês Masaru Emoto. Mensagem essa que nos lembra que o nosso corpo é 70% água, como também a água está presente em 70% do planeta Terra.

Apesar das sondas e satélites espaciais à procura de vida em outros planetas, não precisamos ir tão longe, até Marte ou Vênus, para entender que necessitamos de maior conexão com a própria essência, qualidade de presença e percepção ampliada da realidade. No capítulo O planeta está dentro de nós em um dos livros de André Trigueiro, ele desenvolve essa íntima relação entre o ser humano e esses elementos fundamentais: água, terra, ar e fogo. As primeiras estruturas vivas microscópicas terrestres se desenvolveram na água. Nós, humanos, somos gestados em ambiente líquido no útero materno, o líquido amniótico. E a água é fundamental para hidratar nossas células, tecidos e órgãos. Inclusive até o ar sem umidade se torna irrespirável.

Falando em respiração, o ar é o elemento mais urgente para a vida na Terra. Conseguimos ficar dias sem água ou comida, mas muito pouco tempo resistimos sem respirar. Nas filosofias orientais, através da meditação, equilibramos os nossos chakras ou centros de força ao respirar profundamente, pois no ar se encontra a energia vital ou prana. Respirar profundo também reduz os batimentos cardíacos e nos acalma em momentos de tensão.

A terra, além de nos fornecer o alimento, nossa relação com este elemento vem desde o nome. A palavra Homem vem do termo latim húmus e o nome Adão significa terra fértil em hebreu. Basta um simples exame de sangue para perceber que minerais como ferro, zinco, cálcio, selênio, magnésio e outros estão circulando por nossas veias. Dessa maneira fica fácil entender a afirmação: que da terra viemos e para terra voltaremos.

O elemento fogo para mim, de todos, é o mais fascinante, pois ele transforma todos os outros elementos através de processos químicos e biológicos. Começamos pelo Sol, a estrela maior do nosso sistema que mantêm em órbita os outros planetas e sustenta diferentes fenômenos fundamentais à vida. Outro exemplo é a fotossíntese, processo pelo qual plantas, algas e algumas bactérias convertem energia luminosa em energia química. E ainda há o Efeito Estufa, um fenômeno natural de manutenção do calor irradiado pelo Sol retido pela atmosfera. Graças a esse efeito, as temperaturas no planeta são mais amenas e suportáveis. Importante distinguir Efeito Estufa de Aquecimento Global que é o agravamento desse fenômeno natural resultante da poluição atmosférica por GEE (gases de efeito estufa).

Devo concluir esse trecho com as palavras do próprio Trigueiro que sem água potável, solo fértil, ar relativamente puro e incidência de luz e calor, a continuidade da vida humana na Terra está comprometida.

Na história da humanidade, as disputas entre tribos, civilizações, impérios, ideologias, religiões, mercados financeiros marcaram e ainda provocam grandes problemas no planeta. A ausência de valores como PAZ e solidariedade, e o analfabetismo ecológico vem causando muitos estragos. Muitas vezes por esperteza, como aborda Hardin na Tragédia dos Comuns, ou por ignorância, como fala Beck na Sociedade de Risco. Humanos imersos na Civilização do Espetáculo, onde consumo e produção de bens e resíduos são a tônica da sociedade, os acontecimentos são tratados como show e o conhecimento é tão superficial que não nos transforma em cidadãos comprometidos com um viver sustentável.

Todo esse passeio por experiências diversas é pra dizer o obvio: que tudo que está dentro está fora e vice-versa. O visível e o invisível para os nossos sentidos básicos norteiam as nossas trocas e influenciam o nosso microcosmo e consequentemente o planeta. Mas se o que está na Natureza está em nosso corpo, por que nós destruímos a Natureza? Ou melhor, por que não cuido conscientemente do meio ambiente e do planeta que me fornece tudo que necessito para viver? Para colaborar com a Sustentabilidade Ambiental, podemos adotar atitudes muito simples como:

  1. não jogar lixo no chão, principalmente nas praias, parques, praças, ruas;
  2. separar o lixo em casa e no trabalho para reciclagem;
  3. consumir com responsabilidade e não desperdiçar;
  4. economizar água e energia;
  5. optar por usar o transporte público, bicicletas, caminhadas;
  6. reduzir o uso do plástico (sacos de mercado, copos, canudos);
  7. buscar viver em harmonia consigo mesmo, com os outros seres e o ambiente.

O jornalista e poeta Tetê Catalão* cunhou uma das frases mais citadas no movimento ambientalista brasileiro. O fato é que desde a criação dessa frase até os nossos dias, os temas ecologia, meio ambiente, sustentabilidade se tornaram pautas constantes da mídia e da agenda política, econômica e social global. No entanto, relembrando um grande líder pacifista, Mahatma Gandhi, nós podemos contribuir para que além de temas abordados e discutidos por especialistas, o viver sustentável em harmonia com a Natureza precisa se tornar uma prática real: “Nós somos a mudança que queremos no Mundo” (GANDHI, M, s/d).

Um FIM para continuar…

Nosso desafio é criar uma nova linguagem, e até mesmo dar um novo sentido ao que é SER humano. Trata-se de transcender não apenas nossas limitações nacionais, mas até nosso isolamento como espécie, para ingressar na grande comunidade das espécies vivas. Tudo isso culmina em um sentido totalmente novo da realidade e dos valores.

Thomas Berry

 

Referências:

BECK, U. Risksociety.  London: Sage Publications, 1994.
BERRY, Thomas. O sonho da Terra. Capitulo: A Era Ecológica. S/l: Editora Vozes, 1991.
HARDIN, Garrett. The Tragedy of  the Commons. In: Science: New Series, vol. 162, nº. 3859 (Dec. 13, 1968), pp. 1243-1248. Published by: American Association for the Advancement of Science, 1968.
TRIGUEIRO, André. Espiritismo e Ecologia. Rio de Janeiro/RJ: Editora FEB, 1º Ed., 2009.
VARGAS LLOSA, Mario. A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura, Rio de Janeiro: Objetiva. Ed.1, 2013.

Links:

A mensagem da água – Masaru Emoto
Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2014/01/cientista-faz-experimentos-com-agua-pra-provar-que-o-pensamento-influencia-a-nossa-vida/>

A partícula de Deus – Superinteressante
Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-particula-de-deus/>

O que é essa tal de Física Quântica?
Disponível em: <http://www.astropt.org/2013/08/05/o-que-e-essa-tal-fisica-quantica/comment-page-1/>

 

Colaboradores

Carla Visi

carlavisi@uol.com.br