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06/01/2021 Minha Estimuladamente

Um belo dia eu recebi um chamado e aceitei

Em meados de 2018, tudo ia muito bem na minha vida, era uma daquelas épocas em que parecia que tudo finalmente estava se assentando e indo para o seu lugar. Muito possivelmente você já passou por uma situação como essa… uma chuva forte cai, depois passa essa nuvem, você imagina que não vai mais chover e, de repente, cai outra chuva maior ainda. Pois é, estava na fase da estiagem.

Tudo em minha vida aconteceu de uma forma muito precoce e, talvez, esses 3 fatos possam resumir bem: sou do interior e vim morar na capital, sem meus pais, aos 13 anos; aos 19, eu engravidei e casei; aos 22, divorciei. Nesse período todo, a chuva era daquelas que os pingos são tão grossos, que não conseguimos abrir os olhos e enxergar um palmo na nossa frente. Tudo isso me fez paralisar no meio do temporal e, perdi as contas de quantas vezes eu pensei que tudo estava acabado.

Mas o tempo é realmente um senhor muito sábio e ele anda acompanhado de um belo sorriso que se chama paciência. Em 2018, como estava falando, tinha conquistado muitas coisas que havia pedido: um bom emprego, um apartamento confortável, um carro legal, um corpo bacana, uma auto percepção e cuidado comigo. Estava muito bem, eu imaginava, mas sentia que falava “algo a mais”.

E aí eu busquei. Não conseguia me contentar com aquele desconforto, não era insatisfação, era uma falta de pertencimento, andava como uma aventureira entre pessoas e lugares, procurando atentamente o que havia perdido, mesmo sem ter a menor ideia do que seria. Foram viagens, livros, cursos. Lia o que podia, ouvia o que conseguia. Acho que eu, de alguma forma, já sabia que em algum momento o que era “meu” me encontraria. Para isso eu precisava estar atenta.

No meio de pessoas, lugares, mudanças e encontros… um belo dia eu recebi um chamado e aceitei.

O local era Aldeia, do lado da minha cidade Recife, e o encontro era com a Ayuaska.
A minha busca e atenção me fizeram entender que esse convite era meu e que eu precisava ir a esse encontro. Uma curiosidade bateu, fiz pesquisas sobre o assunto e vi muita informação que não batia com aquele sentimento que eu tinha. Então eu decidi que iria me preparar para o que estivesse por vir, e que de um chamado como esse não poderia surgir nada de ruim.

Só quando eu cheguei e tomei meu primeiro copo, quando tive meu primeiro contato, eu entendi qual era a sensação de estar completa, em casa. E quanta saudade eu sentia de mim e não sabia…

Foi uma noite linda, inesquecível. Eu tinha me preparado pra isso sem nem saber, eu estava aberta e disposta a conhecer a grande medicina, foi e, sem dúvida, continua sendo o maior encontro de toda minha vida. Como àquela, todas as noites que eu vou ao seu encontro sempre são primeiras noites.

E, nesse belo dia, eu vi que iria mudar (MUITO) e mudei.

E aquela vida que estava na fase de estiagem… nunca mais foi a mesma. Choveu como nunca, REVOLUÇÕES internas, profundas e externas, todas muito frutíferas. Nada rápido, nem devagar demais. Aos poucos conexões foram se acontecendo e desfazendo. A medida que eu me permitia, mais coisas aconteciam. Nunca foi sobre dor, sempre é sobre amor. Aprender a dançar na chuva e a se divertir com as poças de lama.

Entrei em uma frequência e ela me disse: “quanto mais fundo você mergulhar em você, nas suas águas, mais alto poderá voar pelo seu céu.” O amor que precisa ser trabalhado, muitas vezes é o seu, outras vezes, é o amor para com o outro, ou com a terra, com os animais.

Eu era bancária, planejadora, metódica. Aos poucos, em cada encontro, eu fui abrindo meu coração e entendendo sobre missão. Mas para aceitar as missões da vida, é necessário tirar as máscaras, os véus, os excessos, se limpar, se preparar, para conseguir lutar. Silenciar essa mente tão barulhenta e cheia de informações externas e se conectar com o que há de mais íntimo.

E, assim seguimos. Por muitos encontros, ela (a medicina) me mostrava o caminho e eu cumpria com zelo e dedicação a lição. Nunca foi tarefa fácil, as vezes doía o corpo, em tantas outras… o coração.

Sempre e cada vez mais eu fui confiando e mudando; recalculando as rotas e olhando os medos. Ela me dizia: seu caminho é por aqui, eu respondia sempre que eu tinha um pouco de medo de ir. E aos poucos, fomos conversando, criando confiança uma na outra e nos permitindo.

Muitos momentos dessa caminhada eu me perguntava por que eu? E o porquê de tantas coisas terem acontecido tão rápido. E descobri que absolutamente nada da vida, nem uma folha de uma árvore, cai sem um propósito. E estamos aqui para evoluir ajudando os outros a evoluírem também.

Assim como eu estava virada, virei também minha vida profissional. Saí do regime de celetista, empreendi em mim. Fiz os cursos que precisaria para encarar minha missão, me aperfeiçoei ao máximo e hoje me sinto absolutamente realizada em meu trabalho, retribuindo ao universo, da forma que posso, o que recebo dele. Ajudo pessoas a se conhecerem e se conectarem com sua essência. Aprendendo e trabalhando diariamente a paciência com o meu processo e com o do outro. Acolhendo, sentindo, sendo.

Conhecer a espiritualidade, para mim, foi como aprender a escrever. Entendi que a vida representa o papel em branco, minhas decisões diárias são a tinta da caneta e suas consequências são os registros. Conhecer a espiritualidade, para mim, foi entender a responsabilidade que temos por cada escolha que fazemos. Pois, no grande ciclo da vida, tudo que damos, volta para nós, de alguma forma. Cedo ou tarde, perto ou longe. Conhecer a espiritualidade, para mim, é viver entre a sutileza e a firmeza, é entender que se faz necessário caminhar, mas que cada passo dado tem que ser, assim como em uma cerimônia, calmo, gentil e firme para não cair nas armadilhas da vida e não se perder nos diversos caminhos.

Hoje, dezembro de 2020, encerro o ano honrando o chamado, a abertura e amizade que construí com as medicinas da floresta. Elas são minhas cuidadoras, mães, colo, aconchego e acocho quando preciso. Elas mostram o quão grande nós podemos ser se estivermos dispostos.

Um belo dia eu percebi o que poderia ser quando crescesse e, pela primeira vez, não me comparo a ninguém, a nenhuma profissão ou missão. E entendi, que posso ser grande como uma Samaúma, basta ter coragem de criar raízes tão profundas quanto seu topo.
A chuva está passando e eu já consigo avistar um horizonte muito lindo pela frente. Cenas dos próximos capítulos dessa história que acabou de começar.

Assim como existe a noite para que possamos descansar, existe o dia para que possamos acordar, viver. Então, espero de coração, que você que está lendo essa mensagem possa ACORDAR. Perceber o poder que é ser você. Aqui, agora, saúdo sua vida.

Gratidão ao universo por esse momento, tenho certeza que um belo dia vamos nos encontrar! Aho!

Meu nome é Alanna Braga. Sou Terapeuta Familiar e mentora de mulheres. Administradora por formação, Life Coach e estudante de Psicologia por paixão.
Amo pessoas, amo conhecer pessoas e amo ajudar pessoas no processo de autoconhecimento. Nos últimos anos ajudei dezenas de mulheres nos processos de mentoria, dou palestras e movimento meu Instagram com um único objetivo: trazer mais AUTOESTIMA e AMOR PRÓPRIO para as pessoas. Por isso, acredito que, a coisa mais importante que você precisa saber sobre mim é que a minha missão é fazer com que você se torne seu grande melhor amigo e reconheça seu potencial.

Alanna Braga

Colaboradores

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