05/11/2020 Expressando
A música sendo
“cantar é mais do que lembrar / é mais do que ter tido aquilo então / mais do que viver / do que sonhar…”
Trecho de Genipapo absoluto (Caetano Veloso)
A música indo, caminhando.
Fazendo ir e ser ao caminhar.
A música parada sobre o Dois Irmãos e no âmbar elétrico visualizado por Adriana.
A música em cada labirinto auditivo, em cada frequência possível – dos graves que rufam solenemente aos agudos que laminam o ar e nos elevam.
A música produzindo, inserindo, vacinando.
A música vaticinando – Temos Luz, enfim!
A música e eu, a música sem eu, a música existencialmente nos dizendo: que você tá fazendo aí?
A música e a dança de notas bailando, sambando, xaxando nos salões
“Viva São João!”.
A canção sendo música nos versos dos Chicos.
O da Ciência, o da Roma Preta e o Brasileiro.
A canção da Rainha do Mel, da Dona da Voz, da Pimenta eterna!
A canção de Áurea, de Elizeth, de Dalva.
A música e o corpo. A música e o copo. A música e o Vazio.
Comendo os pães, virando cães, clamando pelas mães.
A música de cantar, de assobiar, de gritar.
A música de exorcizar.
A música de saudar.
A música a salvar.
A música sendo…
Carlos Barros