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12/10/2018 Especial

Você pode mais: Estratégias para uma vida extraordinária

Um dia um amigo querido de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, me disse num tom firme e suave ao mesmo tempo: “se a chama que arde em seu coração se apagar, as almas que estão ao seu redor morrerão de frio”. A frase nunca saiu da minha cabeça. Houve momentos difíceis ao longo do caminho, enfrentei noites escuras, sobrevivi. Não faltou nem a vontade extrema de desistir da “performance”. Vi diante de mim o desafio de continuar ou desistir. De repente, aquela voz: “se a chama que arde em seu coração se apagar…” A conclusão você já sabe. Decidi assumir a vida do jeito que ela viesse e eu pudesse.

O primeiro passo foi dado, decidi viver. Mas o exercício da liberdade nos habilita a girar a chave ora do prazer e ora da dor. Por vezes nossas escolhas custam nossa paz, nossa alegria, nossa energia, o brilho do olhar. Lembro de minha querida mãe me dizendo: “meu filho, você ainda vai ser feliz” (doces palavras). Quando a gente se machuca muito, passa a desacreditar do futuro, imagina que determinada cena será a tônica do espetáculo inteiro.

Vivemos hoje uma “sociedade do cansaço”, onde buscamos a liberdade sem limites, o que acaba por nos prender a um eu ideal inatingível que, contrastado com o nosso eu preponderante, nossa versão mais claramente nossa, causa em nós o burnout, o sobreaquecimento interior que nos queima e deprime.

Haveria uma forma de recobrar o ânimo? O que poderia reacender a chama? Parece que a velha máxima: “decifra-me ou devoro-te” não perdeu a validade. “Conhece-te a ti mesmo!” Resolvi olhar no espelho e me ver. Tive vergonha do que vi. Havia desistido de ser eu mesmo, “vesti uma roupa que já não condizia comigo”. Tomei coragem e rasguei a roupa como quem sai do casulo para ousar o vôo. Acelerei sem medo e me projetei à frente. O vento no rosto me devolveu o prazer de voar, os novos ares me devolveram a alegria de viver. Assim, descobri que é possível viver uma vida extraordinária a partir de duas atitudes muito simples: a gratidão e o ato de fé. A gratidão me inspira a agradecer pelo que tenho e a não reclamar pelo que não tenho.

Muitas vezes, colocamos mais o foco no que nos falta do que naquilo que dispomos. Somos ágeis para reclamar e lentos para agradecer à vida, a quem nos ajuda de alguma maneira, a Deus, por que não? A percepção seletiva pode nos alçar ao próximo nível ou nos derrubar. Agradecendo e focando na positividade, damos mais qualidade aos nossos pensamentos, aos nossos sentimentos e, consequentemente, às nossas ações. Agradeço, mas reconheço que desejo alcançar algo mais. Aqui tem lugar a segunda atitude: o ato de fé. Creio que tenho como conquistar o que almejo. Grato pela vida do jeito que ela se apresentar, firme na confiança de que posso mudar de nível, sigo o fluxo da existência e construo o extraordinário a partir do meu olhar confiante e agradecido. “O extraordinário está dentro de você”, depende do seu olhar e da sua interpretação. Da sua leitura de mundo, emerge a simbologia, o significado para cada movimento seu.

Coloquei para mim a seguinte questão: “qual é a sua?” “qual é a minha?” Afinal de contas, o que me move? Qual é a minha paixão? Qual o meu propósito? Sri Prem Baba nos fala de dois propósitos: o Karma e o Dharma. O primeiro é a lei da ação e reação, tem a ver com o cuidado que cada um deve ter consigo, o amor próprio, o cuidado com sua própria pessoa, afinal, ninguém pode dar o que não tem. O segundo propósito é o dharma, a ordem cósmica. Nada no universo existe e está somente a serviço de si mesma. Tudo o que existe está a serviço do outro, a serviço da vida. Desse modo, fica evidenciado que a chama que arde em meu peito existe para acolher e aquecer os que estão à minha volta. Quando saio de mim e me coloco a serviço do outro, a serviço da vida, entro na harmonia do universo e experimento a verdadeira felicidade: ser o máximo que eu puder para servir a tantos quantos estiverem ao meu lado.

Uma vida extraordinária depende da decisão de viver a vida que sonhou alinhada com o propósito cósmico. “Você deve decidir o que quer” (Tony Robbins) e exprimir o seu objetivo em termos positivos, ser o mais específico possível, ter um procedimento evidente, assumir o controle de sua vida e não depender de ninguém para realizá-lo. Robbins nos lembra que você não deve depender da mudança do outro para que você seja feliz. Certifique-se, por fim, que seu objetivo seja ecologicamente sadio e desejável. O autor de Poder sem Limites chama a atenção sobre o fato de que você tem que decidir, com critério, o que quer, porque o conhecimento do que almeja determina o que conseguirá.

Seja a gratidão e a fé a sua força! Você pode mais!

Colaboradores

Neylon Barboza